O chefe da “Espionagem Interior” do governo Merkel, Hans-Georg Maassen, foi retirado do cargo na última terça-feira após escandalizar a Alemanha com declarações minimizando a violência de extrema direita e os protestos neonazistas em Chemnitz, no leste do país. Ainda não foi informado quem irá substituir Maassen como presidente do Departamento de Proteção à Constituição da Alemanha (BfV), como também é chamado esse serviço.
A decisão do afastamento foi tomada depois de uma reunião entre a chanceler Angela Merkel, da União Democrata Cristã (CDU), e seus parceiros de coalizão – Horst Seehofer, da União Social Cristã (CSU), e Andrea Nahles, do Partido Social-Democrata (PSD) -, mas foi minimizada com a transferência de Maassen para a Secretaria de Estado no Ministério do Interior.
Enquanto o PSD pressionou pela remoção de Maassen, Seehofer, que é líder da CSU e ministro do Interior, manifestou seu apoio ao neonazista e foi além, dizendo que a troca de cargo significará uma promoção. A troca de escalão representará um aumento de 11 para 14 mil euros brutos mensais.
A cidade de Chemnitz, na Saxônia, foi palco de uma série de violentos protestos anti-imigrantes após o 26 de agosto, quando um alemão de 35 anos foi esfaqueado e morto durante uma briga. Como supostamente os três suspeitos pelo crime seriam refugiados da Síria e do Iraque, simpatizantes da extrema direita, neonazistas e opositores da política de refugiados saíram às ruas, sendo registradas inúmeras agressões.
Após a chanceler condenar a brutalidade das agressões, Maassen questionou, durante uma entrevista ao jornal Bild, a autenticidade das imagens e disse não haver evidências para tal afirmação, tendo que se desdizer logo em seguida.
Na semana passada Maassen se envolveu em mais um escândalo com revelações de que teria passado informações do relatório anual de sua agência, antes da publicação, para o partido de direita Alternativa para a Alemanha (AfD).