O ministro de Educação da Bolívia, Roberto Aguilar, destacou os inúmeros avanços alcançados pelo país a partir da chegada de Evo Morales à Presidência, que ampliou os investimentos no setor e reduziu o índice de analfabetismo de cerca de 15% em 2006 para 2,4% no ano passado.
Conforme a Unesco, aplicando 7,7% do Produto Interno Bruto (PIB), o país andino é o que mais investe em educação na América do Sul, e o segundo da América Latina, só ultrapassado por Cuba.
A luta por uma educação de qualidade para todos, afirmou Aguilar, é permanente e se espraia com campanhas como a Bolívia Lê, que tem por objetivo mobilizar a população, organizações e instituições, em torno a atividades culturais, educativas e sociais centradas no desenvolvimento e no fortalecimento do hábito da leitura. Ao mesmo tempo, assinalou, “o governo busca possibilitar o acesso a materiais bibliográficos e espaços de aprendizagem e reflexão que promovam a prática da leitura e da escrita”.
Atualmente, o país andino conta com 2.871 bibliotecas comunitárias e a meta do governo, que amplia a dotação orçamentária, é chegar a um milhão de livros para abastecê-las, incentivando o hábito de leitura principalmente entre os mais jovens, concluiu Aguilar.
Mais de um milhão de bolivianos adultos aprenderam a ler e escrever nos últimos dez anos. Deste total, cerca de 40% são idosos acima de 60 anos e 70%, mulheres.
Isto se deve, principalmente, pela penúria em que a população foi historicamente mergulhada nas áreas rurais e pelo perverso sistema educacional, que até 1952 não era universal.
Policial aposentado, o líder comunitário Dom Quintin Pulma recorda, aos 83 anos, da tragédia em que se vivia: “Ler e escrever era proibido! Eu morava no sítio em que meus pais trabalhavam e o patrão dizia que se eu fosse à escola cortaria minha língua”. Esta página de horrores mudou completamente com Evo, quando a mensagem é outra, diz Pulma, “agora lemos e escrevemos. Vão e contem para todos que somos capazes”.