A Justiça Federal em São Paulo determinou à embaixada da Guiné Equatorial em Brasília que entregue imediatamente oito carros de luxo usados pelo vice-presidente do país, Teodoro Obiang, no Brasil. Um inquérito aberto em outubro apura a origem dos bens. A investigação obteve imagens dos veículos entrando e saindo da garagem de um prédio no bairro dos Jardins, em São Paulo, onde Teodorín, como é conhecido, tem um apartamento duplex.
Entre as imagens obtidas pela PF, estão fotos de uma Lamborghini, avaliada em R$ 3,5 milhões, além de uma Maserati. Obiang está sendo investigado no Brasil por lavagem de dinheiro. Em setembro, ele foi flagrado pela Receita Federal ao entrar no Brasil sem declarar que trazia na bagagem quase US$ 1,5 milhão, R$ 60 mil em dinheiro e 20 relógios avaliados em US$ 15 milhões.
A PF já tinha tentado apreender os carros em outubro, quando fez buscas no apartamento de Obiang. Porém, os investigadores descobriram que os veículos foram colocados em um caminhão-baú em São Paulo e seguiram para um endereço em Brasília, onde fica a embaixada da Guiné Equatorial.
Os policiais estão convencidos que os carros estão escondidos na embaixada para evitar que sejam apreendidos, já que os acordos internacionais assinados pelo Brasil estabelecem que consulados e embaixadas têm imunidade e são invioláveis. A PF sabe onde os carros estão guardados, e tem ordem da Justiça para apreender todos eles, mas não pode buscá-los. O caso foi encaminhado ao Ministério das Relações Exteriores.
Teodorín é conhecido pela vida de luxo e já esteve no Brasil mais de uma vez, uma delas foi para assistir ao desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. Isso foi em 2015, quando o país foi homenageado pela Beija-Flor, que para tal recebeu 10 milhões de reais. No ano passado foi condenado a 3 anos de prisão, à revelia, por um juiz de Paris, por corrupção e lavagem de dinheiro.
O pai dele, Teodoro Nguema, é o governante há mais tempo no poder na África. Ele governa há 39 anos, desde que deu um golpe no próprio tio, Francisco Macías.
A Guiné Equatorial é a terceira maior produtora de petróleo da África, mas a população é extremamente pobre (138º lugar no Índice de Desenvolvimento Humano).
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