Nesta quinta-feira (6), a União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), realizou em sua sede, no Bixiga, um seminário para debater as ameaças de censura nas escolas, por meio dos projetos intitulados ‘Escola Sem Partido’. O encontro, que lotou o Teatro Denoy de Oliveira, contou com a presença de estudantes e toda a capital paulista.
O presidente da UMES Lucas Chen, considerou que o projeto que está em discussão na Câmara dos Deputados é uma ameaça ao ensino e à liberdade de expressão nas escolas brasileiras. “Nossa tarefa central é unir forças para combater essas ameaças”, disse.
O PL 7180/2014, que está sendo debatido em comissão especial na Câmara, estabelece seis normas de conduta em todas as escolas brasileiras que impedem os professores de se manifestar e apresentar pontos de vista diferentes nas salas de aula.
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Ele relembra que o real problema das escolas é que elas se encontram em péssimas condições estruturais e sociais e que, ao invés disso, os defensores dessa perseguição criam a falácia de uma doutrinação ideológica marxista.
“O momento exige unir forças contra um projeto que pretende calar o nosso povo. Eles não querem que os estudantes debatam. Por que é dessa maneira que nós pensamos como solucionar os problemas do nosso país. Não aceitaremos! Devemos ser livres para debater, onde quer que seja e principalmente na escola que nos ajuda a se formar enquanto cidadãos”, afirmou Chen.
Entidades, sindicatos, cientistas, sociedade civil, entre outros campos, se organizam perante aos retrocessos na Educação.
Estavam presentes na plenária, Lucas Chen, presidente da UMES; César Callegari, presidente do Instituto Brasileiro de Sociologia Aplicada (IBSA) e ex-membro do Conselho Nacional de Educação; vereador Eliseu Gabriel (PSB-SP); professora Mariana Moura, do grupo Cientistas Engajados; Laís Souza, presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES); professor João Chaves, coordenador do Fórum das Seis e presidente da Associação dos Docentes da UNESP; professor Wagner Romão, presidente da Associação dos Docentes da Unicamp; professor Renato de Menezes Quintino, vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (SINTEPS) e o professor Ricardo Ishiyama Martins, membro do Conselho de Representantes dos Conselhos de Escolas.
Para César Callegari, o projeto acaba com os anseios de uma escola democrática e plural, ainda, enfatizando a ideia da mobilização dos entes para a mobilização de uma frente democrática, contra os ataques na educação.
“Eles precisam dizer que os diferentes de ideias retrógradas, os que pensam diferente deles, precisam ser combatidos nas escolas, mas não iremos ficar recuados, nos organizaremos em um campo democrático e popular e nos formar enquanto senso crítico e construtivo para que assim, possamos atuar em grandes mobilizações e combater qualquer retrocesso na educação”, afirmou César Callegari.
Eliseu Gabriel atentou que esse tipo de projeto tem o objetivo de desviar os reais problemas que a educação brasileira sofre e responsabilizar os professores pela crise na Educação. O vereador alertou ainda aos estudantes presentes sobre a votação de um projeto similar ao que está em discussão no Congresso, na próxima quarta-feira, dia 12, na Câmara dos Vereadores de São Paulo.
“Esse projeto vem pra desmoralizar professor, pra garantir que só exista uma ideia e um partido só. Eles têm a ideia de transformar suas crenças em verdade absoluta, querem desviar o verdadeiro foco da educação e sua qualidade de ensino. Tem que deixar o professor trabalhar! Vamos entrar na luta para evitar qualquer retrocesso e derrotar o escola sem partido”, afirmou o vereador.
“Esperamos uma grande mobilização e força total contra o projeto”, disse.
TIAGO CÉSAR
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