As manifestações do Dia Nacional em Defesa da Previdência Pública, convocadas pelas Centrais Sindicais (CTB, Força Sindical, CGTB, CUT, CSP-Conlutas, Nova Central e Intersindical), entidades e organizações populares, tomaram as ruas de diversas capitais e cidades do interior do Brasil, na última sexta-feira (22), contra a proposta de reforma da Previdência Social.
Nas ruas ou assembléias, nas portas de fábricas, o movimento alertou que através da Proposta de Emenda Constitucional PEC 06/2019, Bolsonaro e seu ministro da Fazendo, Paulo Guedes, querem entregar as aposentadorias de todos aqueles trabalham neste País para aqueles que não trabalham enriquecerem ainda mais.
Em São Paulo, as manifestações iniciaram na madrugada de quinta-feira. Motoristas da capital realizaram protestos e paralisações, com atraso na saída dos ônibus das garagens. Trabalhadores também realizaram assembleias e manifestações nas portas das fábricas durantes a manhã e no final do dia juntaram-se ao ato na Av. Paulista. Segundo os organizadores, mais de 60 mil pessoas participaram do ato.
Os cartazes e faixas trazidos pelos manifestantes criticavam diversos itens da PEC 06/2019. Um dos pontos da proposta é a regra que estabelece uma idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para as mulheres, com 20 anos de contribuição para estes se aposentarem com até um salário mínimo. De acordo com este ponto da proposta os brasileiros que ganham acima de um salário mínimo precisarão contribuir por 40 anos para conseguir se aposentar com 100% do salário, cujo teto hoje é de R$ 5.839.
“Nós, que passamos a madrugada e o dia todo realizando atos nas portas das fábricas e nas ruas desse país, caminhamos e ganhamos força para barrar essa reforma que tem por objetivo privatizar o sistema previdenciário”, afirmou o vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Nivaldo Santana.
Ubiraci Dantas, presidente da CGTB, destacou que “não há déficit na Previdência e sim roubo. O que eles querem mesmo é implantar a capitalização, é entregar os aposentados para o capital financeiro”, disse Bira.
METALÚRGICOS
Na região metropolitana de São Paulo, metalúrgicos também protestaram. Cerca de 5 mil pessoas participaram de uma passeata contra a reforma em São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Em Guarulhos, os metalúrgicos também fizeram protestos nas portas das fábricas, reunindo cerca de 2 mil trabalhadores. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região, José Pereira dos Santos, esteve nas empresas e alertou os trabalhadores sobre as maldades da reforma previdenciária que Bolsonaro.
RIO DE JANEIRO
No Rio de Janeiro os manifestantes saíram da Candelária e ocuparam vias importantes do Centro da cidade. A Avenida Presidente Vargas ficou totalmente interditada entre a Avenida Rio Branco e a Rua Primeiro de Março.
Mulheres cantavam e carregavam uma faixa que dizia: “Não ao desmonte da Previdência – Nenhum Direito a Menos Para as Mulheres”. Além de apontar que as mulheres serão as mais afetadas com a reforma, os manifestantes criticaram o rebaixamento da pensão dos idosos que têm renda familiar até ¼ do salário mínimo para R$ 400.
“Não a reforma da Previdência. Bolsonaro mente para a sociedade dizendo que está combatendo privilégios, mas essa reforma retira direitos da Constituição brasileira, sequestra o sistema previdenciário da Nação, leva para a lógica de mercado, isto é, para os bancos privados, o direito da grande maioria do povo pobre destes país”, denunciou a líder da Minoria na Câmara dos Deputados, deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), que participou do ato.
O movimento também criticou a imposição de uma idade mínima de 60 anos para agricultores e agricultoras e uma contribuição anual de R$ 600 para estes se aposentarem. Essa proposta “inviabiliza o acesso aos direitos previdenciários daqueles que já ganham o mínimo para sobreviver”, afirmou a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), que realizou atos com agricultores contra a reforma.