O secretário de Segurança Pública do Rio, Richard Nunes, afirmou, nesta sexta-feira (14), em que a vereadora Marielle Franco (PSOL) foi morta em março deste ano por milicianos que viam nela uma ameaça à grilagem de terras que orquestravam na Zona Oeste do Rio do Rio de Janeiro.
Nunes contou que o crime já era planejado desde o final de 2017. Em 14 de março a vereadora e seu motorista, Anderson Gomes foram executados dentro de um carro, no bairro do Estácio. “Era um crime que já estava sendo planejado desde o final de 2017, antes da intervenção”, disse o secretário.
De acordo com o general, Marielle atuava numa área do Rio de Janeiro controlada por milicianos, que tinham interesses econômicos de várias ordens. “No momento em que determinada liderança política, membro do Legislativo, começa a questionar as relações que se estabelecem naquela comunidade, afeta os interesses daqueles grupos criminosos. É nesse ponto que a gente precisa chegar, provar essa tese, que está muito sólida. O que leva ao assassinato da vereadora e do motorista é essa percepção de que ela colocaria em risco naquelas áreas os interesses desses grupos criminosos”, afirmou o secretário.
“A milícia atua muito em cima da posse de terra e assim faz a exploração de todos os recursos. E há no Rio, na área oeste, na baixada de Jacarepaguá problemas graves de loteamento, de ocupação de terras. Essas áreas são complicadas”, explicou Nunes.
Polícia faz busca na casa de vereador citado nas investigações
Nesta sexta-feira também aconteceu uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro na casa do vereador Marcello Siciliano (PHS), na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O poder público foi cumprir mandado de busca e apreensão relacionados ao assassinato de Marielle e Anderson.
Durante as investigações, Marcello se tornou suspeito depois uma testemunha que falou para a Polícia Civil de planejar a morte de Marielle, junto com o ex-policial militar Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica.
Os agentes apreenderam na casa do vereador um tablet, um computador, Um HD externo e documentos. Um cofre foi arrancado da parede e levado porque os policiais não conseguiram abrir.
No gabinete de Marcello Siciliano na Câmara Municipal de Vereadores do Rio, a operação apreendeu computadores. Até as 9 horas, Siciliano ainda não havia aparecido para trabalhar e a porta precisou ser arrombada. A mulher do vereador, Verônica Garrido, esposa do vereador foi levada para prestar depoimento como testemunha.