O ex-presidente Michel Temer (MDB) se apresentou à sede da Polícia Federal (PF) em São Paulo pouco antes das 15 h desta quinta-feira (9). Temer é acusado de chefiar organização criminosa que teria negociado R$ 1 milhão em propina nas obras de Angra 3. Seu comparsa, João Batista Lima Filho, também se apresentou.
Temer ficará preso na sede da Superintendência da Polícia Federal na Lapa, Zona Oeste da capital paulista. Já Lima Filho ficará no presídio militar Romão Gomes, na Vila Albertina, Zona Norte.
O emedebista foi denunciado pelo Ministério Público pelos crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O Ministério Público Federal do Rio de Janeiro afirma que a soma dos valores de propinas recebidas, prometidas ou desviadas pelo grupo criminoso chefiado por Temer ultrapassa R$ 1,8 bilhão.
Os Promotores do Ministério Público Federal justificaram a prisão porque, segundo eles, a quadrilha chegou a manter atividades de contrainteligência sobre investigações feitas pela Polícia Federal. O Ministério Público Federal mencionou a possibilidade de destruição de provas e argumentou que a prisão domiciliar seria insuficiente para impedir crimes.
A ordem da juíza federal Caroline Figueiredo, que expediu o mandado de prisão, era que ele se entregasse até 17h para evitar ser considerado foragido, mas o emedebista chegou ao local duas horas antes do prazo limite. Desembargadores decidiram que prisões são necessárias para garantia da ordem pública.
A Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2 Região (TRF-2) decidiu na quarta-feira, por 2 votos a 1, revogar o habeas corpus que mantinha Temer fora da cadeia.
Ele havia sido preso preventivamente no dia 21 de março e passou quatro dias na cadeia, até ser beneficiado por uma decisão monocrática do desembargador Ivan Athié.
O TRF-2 revogou os habeas corpus de Temer e de João Batista Lima Filho, apontado pelas investigações como operador de propinas dele desde a década de 1980.
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