“Nossa batalha principal enquanto dirigentes sindicais, no momento, é a resistência à reforma da Previdência. A luta não acabou, está na metade, e temos que lutar até o fim”, afirmou o secretário-geral da CGTB, Carlos Alberto Pereira.
O dirigente sindical alertou para a importância das entidades se anteciparem ao segundo turno da tramitação da reforma no Congresso, e ocuparem cada palmo para resistir já no primeiro dia de votação da matéria na Câmara dos Deputados.
“Temos que ocupar Brasília já na volta do recesso, no dia 6, nos concentrarmos em Brasília, fazer agitação no Salão Verde, organizarmos atos com a presença de sindicalistas de todo o Brasil na porta do Congresso, divulgar nos estados o nosso cartaz com a cara dos deputados que votaram a favor da reforma, interpelar os deputados nos aeroportos”, disse.
“Com nossas mobilizações, nossa unidade, conseguimos alguns avanços, conseguimos desidratar a proposta, barrar algumas coisas, mas a reforma da Previdência é uma porrada nos trabalhadores, e a sua essência está colocada. É a idade mínima, a redução de 40% nos rendimentos dos trabalhadores, o aumento no tempo de contribuição”, disse Pereira, conclamando os companheiros.
“Essa é a batalha mais difícil que estamos travando e essa é a virada que temos que dar. Barrar esse ataque aos trabalhadores, junto aos parlamentares, e acumular forças para uma virada mais geral depois”.
Segundo o sindicalista, é uma ilusão achar que, com o governo de Bolsonaro, poderá haver algum avanço do sindicalismo e da luta dos trabalhadores, se a resistência à reforma da Previdência não for levada a cabo pelos dirigentes sindicais até o fim.
“Essa proposta, essa política de reforma da Previdência não é um ataque só aos trabalhadores, é um ataque ao Brasil”, afirmou, durante reunião com as centrais sobre as mobilizações contra o projeto.
Ele questiona a fala de setores do empresariado sobre melhora nos índices econômicos, no emprego, taxas de câmbio, e que não levam em conta o impacto que será causado no mercado interno, com essa reforma que está em curso no Congresso.
Pereira argumenta que ao apoiarem os cortes nas aposentadorias, “os empresários estão renunciando ao desenvolvimento. Vão vender para quem no Brasil?”, pergunta.