Após a recusa do governo Bolsonaro em recuar dos cortes no orçamento da Educação, os estudantes convocaram novas manifestações para o próximo dia 30 de maio. De acordo com as entidades estudantis, diante dos ataques do governo às universidades federais e à ciência brasileira, os protestos deverão se intensificar pelo país.
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Em carta conjunta, a União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES) e a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG) destacam que diversas entidades educacionais, pesquisadores e os próprios reitores já afirmaram que esses cortes prejudicam pagamentos de questões essenciais para o funcionamento dessas instituições, portanto o discurso do governo que existe um contingenciamento de recursos que podem ser liberados, não se sustenta.
O corte de R$ 7,4 bilhões no orçamento da pasta atinge diretamente as instituições federais de ensino e vão desde a educação básica ao ensino superior. De acordo com a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), o bloqueio da verba de custeio das universidades federais varia de 15,8% a 54% de seus orçamentos.
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“Assim como não é real o que o Ministro da Educação tem dito ao tentar colocar a responsabilidade desses cortes em governos anteriores. Os cortes na educação fazem parte de uma decisão política desse governo, que não busca outras alternativas para solução dos problemas fiscais, enquanto o pagamento de juros absurdos aos bancos continuam aumentando”, destacada nota das entidades.
ATAQUES
Os estudantes ressaltaram que mesmo após o dia 15 de Maio e as grandes manifestações que reuniram mais de 2 milhões de pessoas em centenas de cidades de todo o país, o governo continuou com os ataques à educação.
Na primeira mobilização a nível nacional durante o governo Bolsonaro, mais de 2 milhões de pessoas em 240 municípios de todos os estados da federação, participaram das manifestações contra o corte de 30% nas universidades e institutos federais.
A Greve Nacional em Defesa da Educação foi convocada por entidades estudantes, de trabalhadores e dos movimentos sociais após o ministro da Educação Abraham Weintraub anunciar o corte de ao menos 30% na verba de custeio das universidades e institutos federais. Segundo denunciaram os reitores das instituições, o bloqueio dos recursos, destinados ao pagamento até de contas como água, luz, manutenção e limpeza, “inviabilizará” as universidades, de pesquisa ao ensino, a partir do segundo semestre deste ano.
“No dia 16 Bolsonaro lançou um decreto que altera regras sobre escolha de dirigentes universitários, colocando essas indicações nas mãos do governo, o que fere diretamente a autonomia e a democracia universitária na escolha de diretores, pró-reitores, etc”, apontou a carta.
Para a presidente da União Nacional dos Estudantes, Marianna Dias, os atos do dia 15 “foi só o primeiro pavor no governo Bolsonaro, para ele sentir o quanto que a mobilização popular e o povo organizado podem transformar a lógica que ele tenta estabelecer, para mostrar que ele não é dono do nosso país”.
“O que queremos é o direito de estudar em uma escola digna e em uma universidade digna”, ressaltou.
“No dia 30, mais brasileiros virão para as ruas conosco para defender a escola e a universidade”, disse Mariana.
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