O bispo de Marajó (PA), Dom Evaristo Pascoal Spengler, apresentou duras críticas à espionagem, via Agência Brasileira de Informação (Abin), sobre as atividades da Igreja Católica relacionadas ao Sínodo da Amazônia. “Isso é um retrocesso que só vimos na ditadura militar”, disse o bispo.
O Sínodo é um encontro de bispos de várias partes do mundo convocado pela papa para discutir temas relacionados à igreja. O Sínodo da Amazônia está enquadrado numa categoria especial da assembleia, que nos últimos anos tratou de assuntos como África e Oriente Médio.
Para o governo brasileiro, as pautas discutidas pertencem a uma “agenda de esquerda” e servirão como base para críticas à gestão de Jair Bolsonaro durante o evento, que acontecerá no Vaticano. “Estamos preocupados e queremos neutralizar isso aí”, disse o ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno.
“A questão vai ser objeto de estudo cuidadoso pelo GSI. Vamos entrar a fundo nisso”, declarou Heleno.
Para o bispo de Marajó, “isso é uma fantasia para justificar a exploração predatória da floresta. Estamos no tempo das fake news”, disse.