Os analistas do mercado financeiro consultados sobre os rumos da economia pelo Banco Central (BC) reduziram pela 20ª vez consecutiva a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país. No boletim Focus de segunda-feira (15), a previsão foi rebaixada de 0,82% para 0,81% – aproximando a estimativa do que previu o BC em seu Relatório Trimestral de Inflação, divulgado no final do mês passado, de crescimento de apenas 0,80%.
O boletim é elaborado a partir das previsões de executivos de 100 instituições financeiras para a economia e mercado. A previsão para o PIB – que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve de índice para a evolução da economia – constitui a mediana das estimativas, o que significa que metade dos representantes do mercado financeiro consultados acha que o resultado será ainda pior. Há um mês, a previsão era de crescimento de 1%. Em relação ao começo do ano, quando as apostas estavam em torno de 2,5%, as expectativas caíram ladeira abaixo com o desenrolar do desastre político e econômico dos primeiros seis meses de governo Bolsonaro.
Na última sexta-feira (12), foi a vez do Ministério da Economia rever para baixo as suas expectativas de crescimento. A estimativa anterior, de 1,2% de variação passou a ser de 0,8%, após os últimos resultados de produção industrial, as vendas do comércio varejista e o setor de serviços divulgados pelo IBGE apontarem para variações nulas ou abaixo de zero.
Em maio, a produção industrial e o comércio – também componentes importantes do PIB – tiveram resultados negativos. De acordo também com o IBGE, a indústria caiu -0,2% no período e as vendas no varejo, -0,1%. Já o volume de serviços – que responde por mais de 70% da formação do Produto Interno Bruto – teve variação zero no quinto mês do ano.