O deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) vira oficialmente réu no caso da propina da JBS. A Justiça Federal de São Paulo ratificou a denúncia feita pelo ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado mineiro.
Aécio Neves virou réu por corrupção passiva e tentativa de obstrução judicial. Ele tentou obstruir as investigações da Lava Jato.
A acusação foi feita com base nos depoimentos de Joesley Batista, do Grupo J&F, que afirmou [e todo mundo viu] ter pago propina no valor de R$ 2 milhões ao deputado. O STF chegou a bloquear R$ 1,7 milhão em bens do deputado. Aécio na época era senador e, agora, é deputado federal.
A irmã do senador, Andréa Neves, um primo dele e um assessor parlamentar do congressista também foram acusados. Em troca da propina, Aécio teria beneficiado Joesley.
O caso estava sob investigação no STF e foi transferido para São Paulo após a corte decidir que o foro por prerrogativa de função dos parlamentares refere-se apenas a crimes cometidos no cargo e em função dele. Segundo a investigação, a irmã de Aécio e o próprio deputado pediram, em 2017, R$ 2 milhões, que foram pagos em dinheiro vivo divididos em quatro parcelas.
Aécio Neves tentou impedir e embaraçar as investigações da Operação Lava Jato, na medida em que “empreendeu esforços para interferir na distribuição dos inquéritos da investigação no Departamento de Polícia Federal.
Seu objetivo era selecionar delegados de polícia que supostamente poderiam aderir ao impedimento ou ao embaraço à persecução de crimes contra altas autoridades políticas do país”.
As colaborações indicam que Aécio Neves atuou intensamente nos “bastidores” do Congresso Nacional no sentido de aprovar medidas legislativas para impedir ou embaraçar a apuração e a efetiva punição de infrações penais que envolvam a organização criminosa.