A transição do governo Lula identificou e denunciou ao Tribunal de Contas da União (TCU) contratos suspeitos de corrupção que somam R$ 172 milhões no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Esse valor foi todo usado na compra de bebedouros e aluguel de guindastes.
“Não há dinheiro para proteção da criança e do adolescente, mas há para bebedouros e guindastes”, apontou o deputado estadual Emídio Souza (PT-SP).
O Ministério, hoje, é dirigido por Cristiane Britto, mas já esteve nas mãos de Damares Alves, eleita senadora com o apoio dos Bolsonaros. A transição não informou as datas das contratações.
“Dois contratos nos chamaram muita atenção. Um de bebedouro e outro de aluguel de guindastes. Os dois contratos somam cifra de R$ 172 milhões. O governo tem a obrigação moral e legal de explicar esses contratos”, disse o deputado.
“A informação que tivemos, e levamos ao TCU, é que essa empresa de bebedouros fica aqui no Gama [região administrativa do Distrito Federal] e tem como sócio majoritário um senhor que é motorista de cargas e pessoas”, continuou.
“Oficiamos ao TCU para que ele verificasse o que aconteceu”.
O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos foi transformado, no governo Bolsonaro, em um espaço de propaganda política tendo Damares Alves como líder.
Em 2015, a verba da pasta, que deveria atuar no combate à violência contra a mulher e na proteção dos Direitos Humanos, era de R$ 1,1 bilhão. Em 2022, o Ministério teve R$ 332 milhões, valor que cairá para R$ 326 milhões, segundo o Orçamento de Bolsonaro.
Em quatro anos, Jair Bolsonaro gastou 94% a menos no combate à violência contra a mulher do que nos quatro anos anteriores, de Dilma e Michel Temer.